
Quando os defensores da agricultura industrial perceberam que não conseguiriam impedir o crescente interesse dos Estados Unidos por dieta e nutrição — um movimento que poderia ameaçar as grandes indústrias monopolistas do país —, eles se infiltraram no movimento e distorceram as informações que chegavam ao público. O principal ponto dessa campanha de desinformação foi a ideia de que gorduras saturadas de origem animal, como a manteiga, eram a principal causa de doenças cardíacas e câncer. A manteiga foi colocada no banco dos réus, acusada de causar grandes males. Os especialistas em dieta nos disseram para trocar a manteiga por margarina, feita de óleos poli-insaturados, e a maioria dos americanos seguiu essa recomendação. A manteiga quase desapareceu das mesas, vista como um vilão.
Isso seria uma surpresa para muitas culturas ao redor do mundo, que valorizam a manteiga há milhares de anos por seus benefícios à saúde. Quando o Dr. Weston Price estudou as dietas de povos tradicionais na década de 1930, ele descobriu que a manteiga era um alimento básico para muitos grupos extremamente saudáveis. Em vilarejos suíços isolados, as pessoas colocavam manteiga em altares da igreja, acendiam um pavio e a deixavam queimar o ano todo como um sinal de sua importância sagrada. Grupos árabes também valorizavam muito a manteiga, especialmente a manteiga de cor amarelo-alaranjada escura, feita a partir do leite de vacas que pastavam em grama verde na primavera e no outono. Nos Estados Unidos, a sabedoria popular dizia que crianças que comiam manteiga eram fortes e saudáveis, enquanto as que bebiam leite desnatado eram magras e pálidas, com rostos “fechados”.
A manteiga causa doenças? Pelo contrário, ela nos protege de várias doenças.
Manteiga e Doenças Cardíacas
No início do século XX, as doenças cardíacas eram raras nos Estados Unidos. Entre 1920 e 1960, no entanto, elas se tornaram a principal causa de morte no país. Nesse mesmo período, o consumo de manteiga caiu de 18 libras por pessoa por ano para apenas 4. Não é preciso ser um especialista para perceber que a manteiga não é a culpada. Na verdade, ela contém vários nutrientes que protegem o coração. Um deles é a vitamina A, essencial para o bom funcionamento da tireoide e das glândulas suprarrenais, que ajudam a manter o coração e o sistema cardiovascular saudáveis. Bebês nascidos de mães com deficiência de vitamina A podem ter problemas cardíacos e nos vasos sanguíneos. A manteiga é uma das melhores fontes de vitamina A, fácil de ser absorvida pelo corpo.
A manteiga também contém lecitina, uma substância que ajuda o corpo a metabolizar o colesterol e outras gorduras de forma adequada. Além disso, ela é rica em antioxidantes, que protegem as artérias dos danos causados pelos radicais livres. As vitaminas A e E presentes na manteiga têm um papel importante nessa proteção. A manteiga também é uma excelente fonte de selênio, um antioxidante poderoso — ela contém mais selênio por grama do que o arenque ou o gérmen de trigo.
Outro ponto importante é que a manteiga contém colesterol. Sim, colesterol! Ele é um antioxidante que ajuda a combater os radicais livres no corpo, especialmente aqueles provenientes de gorduras danificadas, como as encontradas na margarina e em óleos vegetais altamente processados. Um estudo do Medical Research Council mostrou que homens que comem manteiga têm metade do risco de desenvolver doenças cardíacas em comparação com aqueles que consomem margarina.
Manteiga e Câncer
Na década de 1940, pesquisas sugeriram que o aumento no consumo de gordura poderia causar câncer. Isso acelerou a rejeição da manteiga, e a margarina — antes vista como um alimento para os pobres — passou a ser consumida até pelos mais ricos. No entanto, havia um problema: as gorduras “saturadas” usadas nesses estudos não eram gorduras naturais, como as da manteiga, mas gorduras parcialmente hidrogenadas, como as encontradas na margarina. Os pesquisadores afirmaram — talvez até acreditando — que não havia diferença entre as gorduras saturadas da manteiga e as gorduras artificiais da margarina. Assim, a manteiga foi injustamente associada aos malefícios das gorduras industrializadas.
Na verdade, muitas das gorduras saturadas da manteiga têm propriedades anticâncer. Ela é rica em ácidos graxos de cadeia curta e média, que têm efeitos antitumorais. A manteiga também contém ácido linoleico conjugado, que oferece proteção contra o câncer. Além disso, as vitaminas A e E, o selênio e o colesterol presentes na manteiga ajudam a prevenir tanto o câncer quanto as doenças cardíacas.
Manteiga e o Sistema Imunológico
A vitamina A da manteiga é essencial para um sistema imunológico forte. Os ácidos graxos de cadeia curta e média também ajudam a fortalecer a imunidade. Por outro lado, gorduras hidrogenadas e o excesso de ácidos graxos de cadeia longa, encontrados em óleos poli-insaturados e substitutos da manteiga, podem prejudicar o sistema imunológico.
Manteiga e Artrite
A manteiga contém o “fator antirrigidez”, também conhecido como fator Wulzen, que protege contra a calcificação das articulações — uma causa comum de artrite degenerativa. Esse nutriente também previne o endurecimento das artérias, catarata e calcificação da glândula pineal. No entanto, ele é destruído durante a pasteurização. Bezerros alimentados com leite pasteurizado ou desnatado desenvolvem rigidez nas articulações e não crescem bem. Quando a gordura da manteiga crua é adicionada à dieta, esses sintomas desaparecem.
Manteiga e Osteoporose
As vitaminas A e D da manteiga são essenciais para a absorção de cálcio, ajudando a manter ossos e dentes fortes. A osteoporose, comum em países ocidentais que consomem leite, pode estar ligada ao fato de muitas pessoas optarem por leite desnatado em vez de leite integral. A manteiga também ajuda a prevenir cáries.
Manteiga e a Tireoide
A manteiga é uma boa fonte de iodo, que é facilmente absorvido pelo corpo. Ela ajuda a prevenir o bócio em regiões onde frutos do mar não estão disponíveis. Além disso, a vitamina A da manteiga é essencial para o bom funcionamento da tireoide.
Manteiga e Saúde Digestiva
A gordura da manteiga contém glicoesfingolipídios, que protegem contra infecções gastrointestinais, especialmente em crianças e idosos. Crianças que bebem leite desnatado têm diarreia com mais frequência do que aquelas que bebem leite integral. O colesterol da manteiga também protege o intestino e ajuda a prevenir o câncer de cólon. Os ácidos graxos de cadeia curta e média têm efeitos antifúngicos e protegem contra patógenos, sendo úteis no tratamento de infecções por cândida.
Manteiga e Ganho de Peso
A ideia de que a manteiga engorda é um equívoco. Os ácidos graxos de cadeia curta e média da manteiga são usados para energia rápida, não sendo armazenados como gordura. O ganho de peso está mais ligado ao consumo de carboidratos refinados e óleos poli-insaturados. A manteiga, por ser rica em nutrientes, proporciona saciedade, reduzindo a vontade de comer em excesso.
Manteiga e Desenvolvimento Infantil
A manteiga é essencial para o crescimento saudável das crianças, principalmente por causa da vitamina A. A falta dessa vitamina durante a gestação pode levar a problemas como rostos estreitos, dentes apinhados e má formação óssea. A vitamina A também é importante para o desenvolvimento das características sexuais. O colesterol da manteiga é crucial para o desenvolvimento do cérebro e do sistema nervoso. Crianças que consomem dietas com baixo teor de gordura podem ter problemas de desenvolvimento.
Manteiga e a Agricultura Familiar
O consumo de manteiga de qualidade, feita a partir do leite de vacas criadas em pastagens naturais, pode beneficiar pequenos produtores rurais. Isso incentivaria práticas agrícolas mais sustentáveis, como a rotação de culturas e o uso de esterco como fertilizante natural. Ao comprar manteiga, creme, leite integral e ovos de pequenos produtores, os consumidores ajudam a fortalecer a agricultura familiar e a reduzir o poder das grandes corporações.
Conclusão
A manteiga não é um vilão, mas um alimento rico em nutrientes essenciais. Ela foi injustamente difamada por interesses comerciais, que promoveram substitutos industrializados como a margarina. Para uma saúde melhor, é importante escolher manteiga de qualidade e consumi-la como parte de uma dieta equilibrada.
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